LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

A leitura e interpretação de texto é a habilidade de compreender e extrair sentido de um texto, considerando o contexto e a intenção do autorÉ uma capacidade que se desenvolve com a prática. 

Leitura e interpretação de texto
O que é
Compreender o que está escrito, além do que está explícito
Importância
Desenvolve o pensamento crítico, aumenta o vocabulário e ajuda a adquirir novos conhecimentos
Como melhorar
Leia com atenção, releia o texto, questione o autor, elabore resenhas

Dicas para a interpretação de texto: 

  • Leia pausadamente e todo o texto
  • Sublinhe palavras e termos técnicos
  • Releia o texto e anote palavras desconhecidas
  • Separe o texto em parágrafos e elabore uma pergunta para cada um
  • Questione a forma como o autor se expressou
  • Reescreva o conteúdo lido
  • Diferencie fatos de opiniões

 

A interpretação de texto pode ser aplicada a diversos tipos de textos, como os escritos, os visuais, os auditivos e os orais. 

Para praticar a interpretação de texto, você pode: Ler tirinhas e charges, Elaborar resenhas, Praticar diferentes formas de leitura, Resolver exercícios de interpretação de texto.
A interpretação do texto é um processo de leitura e releitura do texto. Isso porque muitas vezes perdemos alguns dados durante a primeira leitura, então é natural que precisemos reler o texto duas ou até mais vezes, com bastante atenção, para captarmos suas principais ideias.
Como fazer uma boa leitura e interpretação de texto?

Para fazer uma boa leitura e interpretação de um texto, você pode:

  • Ler com calma e atenção
  • Identificar as ideias principais
  • Questionar o que lê
  • Anotar as palavras que não conhece
  • Ler e reler o texto
  • Considerar o contexto em que o texto foi produzido
  • Reformular as ideias do texto com suas próprias palavras
  • Fazer marcações no texto
  • Ler mais de uma vez
  • Fazer um resumo
Algumas técnicas de leitura:
  • Ler diagonalmente, ou seja, skimming, para absorver o conteúdo geral
  • Buscar apenas as informações que parecem ser mais relevantes para responder às perguntas
  • Fazer um paráfrase-esquema, que apresenta o esqueleto do texto em tópicos ou em pequenas frases

Outras dicas:

  • Procure o significado das palavras no dicionário
  • Tenha paciência
  • Mantenha a concentração
  • Compreenda a linguagem do texto
  • Leia até sobre temas que você não tem tanto interesse
  • Leia devagar e sem parar na primeira vez
  • Leia livros de papel ou imprima as explicações
  • Faça anotações à mão

QUESTÃO 1 

(Enem)

Testes

Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise, e ele acertou na mosca.

Estava com tempo sobrando, e curiosidade é algo que não me falta, então resolvi voltar ao teste e responder tudo diferente do que havia respondido antes. Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver com minha personalidade. E fui conferir o resultado, que dizia o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os 12 anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”.

MEDEIROS, M. Doidas e santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).

Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma reação irônica no trecho:

A) “Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver”.

B) “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos”.

C) “Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet”.

D) “Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte”.

E) “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise”.

 

QUESTÃO 2 

(Enem)

Infográfico em uma questão do Enem sobre interpretação de texto.

COSTA, C. Superinteressante. Fev. 2011 (adaptado).

Os amigos são um dos principais indicadores de bem-estar na vida social das pessoas. Da mesma forma que em outras áreas, a internet também inovou as maneiras de vivenciar a amizade. Da leitura do infográfico, depreendem-se dois tipos de amizade virtual, a simétrica e a assimétrica, ambas com seus prós e contras. Enquanto a primeira se baseia na relação de reciprocidade, a segunda

A) reduz o número de amigos virtuais, ao limitar o acesso à rede.

B) parte do anonimato obrigatório para se difundir.

C) reforça a configuração de laços mais profundos de amizade.

D) facilita a interação entre pessoas em virtude de interesses comuns.

E) tem a responsabilidade de promover a proximidade física.

QUESTÃO 3

(Enem)

Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de amor, feitas diante de Deus, serem quebradas por traição, interesses financeiros e sexuais. Casais se separam como inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem traumas. Bastante interessante a reportagem sobre separação. Mas acho que os advogados consultados, por sua competência, estão acostumados a tratar de grandes separações. Será que a maioria dos leitores da revista tem obras de arte que precisam ser fotografadas antes da separação? Não seria mais útil dar conselhos mais básicos? Não seria interessante mostrar que a separação amigável não interfere no modo de partilha dos bens? Que, seja qual for o tipo de separação, ela não vai prejudicar o direito à pensão dos filhos? Que acordo amigável deve ser assinado com atenção, pois é bastante complicado mudar suas cláusulas? Acho que essas são dicas que podem interessar ao leitor médio.

Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).

O texto foi publicado em uma revista de grande circulação na seção de carta do leitor. Nele, um dos leitores manifesta-se acerca de uma reportagem publicada na edição anterior. Ao fazer sua argumentação, o autor do texto

A) faz uma síntese do que foi abordado na reportagem.

B) discute problemas conjugais que conduzem à separação.

C) aborda a importância dos advogados em processos de separação.

D) oferece dicas para orientar as pessoas em processos de separação.

E) rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, lançando novas ideias.

(Fumarc – Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.

QUESTÃO 4

Rapidinho

Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas da vida moderna, especialmente da crescente velocidade com que fazemos as coisas acontecerem. Mudanças que antigamente levavam séculos para se efetivarem agora podem ser realizadas em poucos anos, às vezes em poucos meses. Quando não em poucas semanas, ou até em poucos dias. Nas sociedades tradicionais, as normas de conduta, as leis, os costumes, o modo de se vestir, os estilos artísticos tinham uma extraordinária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro, mas sempre muito devagar. […]

Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros foram substituídos pelo telégrafo elétrico, que cedeu lugar ao telégrafo sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail e às maravilhas da eletrônica contemporânea. Não somos bobos, tratamos de aproveitar as possibilidades criadas por todos os novos recursos tecnológicos. Para que perder tempo? Se podemos fazer depressa o que os nossos antepassados só conseguiam fazer devagar, por que não haveríamos de acelerar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático da modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no século XVIII: “Tempo é dinheiro”, time is money. […]

Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio. Para sermos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos de casa correndo para o trabalho, somos cobrados para dar conta correndo de nossas tarefas e — habituados à corrida — alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para depois voltarmos, correndo, para casa. […]

Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições em que somos mais ou menos obrigados a viver, não estaremos, de qualquer maneira, pagando um preço altíssimo, mesmo se formos bons corredores e nos mostrarmos aptos para vencer? Os ritmos que nos são impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tempo, num empobrecimento de alguns aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa inteligência? A necessidade de assimilar com urgência as informações essenciais para a ação imediata não acarreta uma grave incapacidade de digerir conhecimentos sutis e complexos, cheios de caroços e mediações que, embora careçam de serventia direta, são imprescindíveis ao aprofundamento da minha compreensão da condição humana? Uma reflexão que se sabe condenada a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado não será, inevitavelmente, superficial? O pensamento que se formula rapidinho não tende a ser sempre meio oco?

Leandro Konder. InO Globo, 29/08/96.

Sobre a constituição do texto, é CORRETO afirmar que

A) em alguns trechos, há interlocução entre locutor e leitor.

B) nele predomina a linguagem oral.

C) o 1º parágrafo apresenta a ideia que será desenvolvida ao longo do texto.

D) o uso da 3ª pessoa do singular é predominante.

(Fumarc – Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.

QUESTÃO 5

Todos os sentimentos abaixo estão presentes no texto, EXCETO:

A) reflexão.

B) sarcasmo.

C) sensatez.

D) veracidade.

 

QUESTÃO 6

São consequências de “Tempo é dinheiro”, EXCETO:

A) A crescente velocidade com que fazemos as coisas acontecerem só nos traz benefícios.

B) Alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para depois voltarmos, correndo, para casa.

C) Os ritmos que nos são impostos resultam, ao mesmo tempo, num empobrecimento de alguns aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa inteligência.

D) Para sermos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos.

 

QUESTÃO 7

Todas as constatações abaixo podem ser feitas com base no texto, EXCETO:

A) Ao acelerarmos nossas ações, conforme o pensamento de Benjamim Franklin, tornamo-nos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos, pagando um preço altíssimo.

B) Ao assimilarmos com urgência as informações essenciais para uma ação imediata, deixamos de assimilar conhecimentos sutis e complexos que são imprescindíveis ao aprofundamento da compreensão da nossa condição humana.

C) Ao formularmos um pensamento rapidamente, a tendência é que ele seja mais superficial.

D) Ao refletirmos sobre um assunto num prazo curto e pré-determinado, a tendência é de esta reflexão ser, inevitavelmente, superficial.

 

QUESTÃO 8

(Enem)

Cartum de Caulos em uma questão do Enem sobre interpretação de texto.

CAULOS. Disponível em: www.caulos.com. Acesso em: 24 set. 2011.

O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e representa a

A) opressão das minorias sociais.

B) carência de recursos tecnológicos.

C) falta de liberdade de expressão.

D) defesa da qualificação profissional.

E) reação ao controle do pensamento coletivo.

 

QUESTÃO 9

(Enem)

Charge do Will em uma questão do Enem sobre interpretação de texto.

WILL. Disponível em: www.willtirando.com.br. Acesso em: 7 nov. 2013.

Opportunity é o nome de um veículo explorador que aterrissou em Marte com a missão de enviar informações à Terra. A charge apresenta uma crítica ao(à)

A) gasto exagerado com o envio de robôs a outros planetas.

B) exploração indiscriminada de outros planetas.

C) circulação digital excessiva de autorretratos.

D) vulgarização das descobertas espaciais.

E) mecanização das atividades humanas.

 

QUESTÃO 10

(Concurso Público Nacional Unificado – Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.

A ciência e a tecnologia como estratégias de desenvolvimento

Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de resultados concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida simplesmente por essa curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.

Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui. Suas realizações estão presentes desde o domínio do fogo até as imensas potencialidades que derivam da moderna ciência da informação, passando pela domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e da indústria modernas e, é claro, pela espetacular melhora da qualidade de vida de toda a humanidade no último século.

Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço científico é a solução de problemas que afligem a humanidade. Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros seres humanos — seja por meio de mais canais de comunicação ou de melhores meios de transporte — são alguns dos desafios e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a tecnologia têm contribuído. Elas são os fatores-chave para explicar a redução da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres humanos.

Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência e, principalmente, os investimentos públicos em ciência e tecnologia parecem enfrentar uma crise de legitimação social no mundo todo. Recentemente, Tim Nichols, um reconhecido pesquisador norte-americano, anunciou que seu livro The Death of Expertise, em português “A Morte da Expertise”, aborda a descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos, especialmente sobre qualquer coisa relativa às políticas públicas. Vários fenômenos sociais recentes, como o movimento antivacinas ou mesmo a desconfiança sobre a fatalidade do aquecimento global, apesar de todas as evidências científicas em contrário, parecem corroborar que a análise de Nichols está correta.

A despeito de a qualidade de vida de todos ter melhorado nos últimos séculos, em grande medida graças ao avanço científico e tecnológico, a desigualdade vem aumentando no período mais recente. Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda abundam problemas crônicos do subdesenvolvimento, que vão desde o acesso à saúde e à educação de qualidade até questões ambientais e urbanas. É, portanto, nessa sociedade desigual, repleta de problemas, que a atividade científica e tecnológica precisa se desenvolver e se legitimar. Também é essa sociedade que decidirá, por meio dos seus representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a empreitada científica e tecnológica.

Portanto, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é muito mais complexa do que a pergunta simplória sobre qual seria a utilidade prática da produção científica. Ela passa por uma série de questões, tais como de que forma a ciência e as novas tecnologias afetam a qualidade de vida das pessoas e como fazer com que seus efeitos sejam os melhores possíveis? Quais são as condições sociais que limitam ou impulsionam a atividade científica? Como ampliar o acesso da população aos benefícios gerados pelo conhecimento científico e tecnológico? Em que medida o progresso científico e tecnológico contribui para mitigar ou aprofundar as desigualdades socioeconômicas? Em face das novas tecnologias, cada vez mais capazes de substituir o ser humano nas suas atividades repetitivas, como será o trabalho no futuro? Essas são questões cruciais para a ciência e a tecnologia nos dias de hoje.

Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/116-a-ciencia-e-a-tecnologia-como-estrategia-de-desenvolvimento. Acesso em: 10 fev. 2024. Adaptado.

No desenvolvimento argumentativo do texto, os aspectos apontados como fomentadores do desenvolvimento científico e tecnológico são a

A) busca de melhor qualidade de vida e a incredulidade intelectual.

B) crise de legitimação social e os investimentos públicos em ciência.

C) curiosidade e a busca de solução dos problemas da humanidade.

D) desigualdade e a desconfiança do cidadão comum no conhecimento científico.

E) sabedoria dos pesquisadores e a utilização de métodos inovadores.

 

QUESTÃO 11

(Concurso Público Nacional Unificado – Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.

A ciência e a tecnologia como estratégias de desenvolvimento

Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de resultados concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida simplesmente por essa curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.

Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui. Suas realizações estão presentes desde o domínio do fogo até as imensas potencialidades que derivam da moderna ciência da informação, passando pela domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e da indústria modernas e, é claro, pela espetacular melhora da qualidade de vida de toda a humanidade no último século.

Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço científico é a solução de problemas que afligem a humanidade. Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros seres humanos — seja por meio de mais canais de comunicação ou de melhores meios de transporte — são alguns dos desafios e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a tecnologia têm contribuído. Elas são os fatores-chave para explicar a redução da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres humanos.

Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência e, principalmente, os investimentos públicos em ciência e tecnologia parecem enfrentar uma crise de legitimação social no mundo todo. Recentemente, Tim Nichols, um reconhecido pesquisador norte-americano, anunciou que seu livro The Death of Expertise, em português “A Morte da Expertise”, aborda a descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos, especialmente sobre qualquer coisa relativa às políticas públicas. Vários fenômenos sociais recentes, como o movimento antivacinas ou mesmo a desconfiança sobre a fatalidade do aquecimento global, apesar de todas as evidências científicas em contrário, parecem corroborar que a análise de Nichols está correta.

A despeito de a qualidade de vida de todos ter melhorado nos últimos séculos, em grande medida graças ao avanço científico e tecnológico, a desigualdade vem aumentando no período mais recente. Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda abundam problemas crônicos do subdesenvolvimento, que vão desde o acesso à saúde e à educação de qualidade até questões ambientais e urbanas. É, portanto, nessa sociedade desigual, repleta de problemas, que a atividade científica e tecnológica precisa se desenvolver e se legitimar. Também é essa sociedade que decidirá, por meio dos seus representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a empreitada científica e tecnológica.

Portanto, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é muito mais complexa do que a pergunta simplória sobre qual seria a utilidade prática da produção científica. Ela passa por uma série de questões, tais como de que forma a ciência e as novas tecnologias afetam a qualidade de vida das pessoas e como fazer com que seus efeitos sejam os melhores possíveis? Quais são as condições sociais que limitam ou impulsionam a atividade científica? Como ampliar o acesso da população aos benefícios gerados pelo conhecimento científico e tecnológico? Em que medida o progresso científico e tecnológico contribui para mitigar ou aprofundar as desigualdades socioeconômicas? Em face das novas tecnologias, cada vez mais capazes de substituir o ser humano nas suas atividades repetitivas, como será o trabalho no futuro? Essas são questões cruciais para a ciência e a tecnologia nos dias de hoje.

Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/116-a-ciencia-e-a-tecnologia-como-estrategia-de-desenvolvimento. Acesso em: 10 fev. 2024. Adaptado.

O principal recurso argumentativo utilizado no texto para defender a importância da ciência e da tecnologia como estratégias de desenvolvimento é a

A) citação de depoimentos de pesquisadores e estudiosos sobre a produção científica atual.

B) descrição de iniciativas para o atendimento às necessidades econômicas da população brasileira.

C) enumeração de benefícios do avanço científico e tecnológico para a humanidade.

D) utilização de vocabulário técnico como garantia de maior confiabilidade acadêmica.

E) referência aos movimentos negacionistas como frutos da baixa legitimação social da ciência na atualidade.

QUESTÃO 12

 

Na organização temática do texto, depois da referência à descrença do cidadão comum em relação ao conhecimento técnico e científico, desenvolve-se a ideia de que a(o)

A) criação de mais canais de comunicação e de melhores meios de transporte nos permite trabalhar menos e ter mais tempo para o lazer.

B) desigualdade social vem aumentando em países em desenvolvimento, apesar do avanço científico e tecnológico.

C) redução da mortalidade por doenças infecciosas tem como consequência o aumento da longevidade dos seres humanos.

D) empreendimento científico e tecnológico do ser humano é responsável por realizações, como o domínio do fogo.

E) surgimento da agricultura e da indústria modernas é fruto do desenvolvimento científico e tecnológico da humanidade.

 

QUESTÃO 13

De acordo com o texto, um problema crônico a ser enfrentado pela ciência e pela tecnologia nos países em desenvolvimento é a(o)

A) desigualdade social.

B) mecanização do trabalho.

C) redução da mortalidade.

D) movimento antivacina.

E) financiamento da pesquisa.

 

QUESTÃO 14

O referente do termo destacado em negrito está corretamente explicitado entre colchetes no seguinte trecho do

A) parágrafo 2 – “O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui.” [empreendimento científico e tecnológico]

B) parágrafo 3 – “Elas são os fatores-chave para explicar a redução da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres humanos.” [desafios e aspirações humanas]

C) parágrafo 4 – “aborda a descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos” [conhecimento técnico e científico]

D) parágrafo 5 – “Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em países em desenvolvimento, como o Brasil” [avanço científico e tecnológico]

E) parágrafo 5 – “Também é essa sociedade que decidirá, por meio dos seus representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a empreitada científica e tecnológica.” [sociedade desigual dos países em desenvolvimento]

 

QUESTÃO 15

No desenvolvimento do texto, estabelece-se uma relação de oposição de sentido entre os verbos

A) “anunciar” e “abordar” (parágrafo 4).

B) “aumentar” e “abundar” (parágrafo 5).

C) “corroborar” e “enfrentar” (parágrafo 4).

D) “limitar” e “impulsionar” (parágrafo 6).

E) “reduzir” e “separar” (parágrafo 3).

 

QUESTÃO 16

(Enem)

Propaganda da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em questão do Enem sobre interpretação de texto.

Zero Hora, jun. 2008 (adaptado).

Dia do Músico, do Professor, da Secretária, do Veterinário… Muitas são as datas comemoradas ao longo do ano e elas, ao darem visibilidade a segmentos específicos da sociedade, oportunizam uma reflexão sobre a responsabilidade social desses segmentos. Nesse contexto, está inserida a propaganda da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em que se combinam elementos verbais e não verbais para se abordar a estreita relação entre imprensa, cidadania, informação e opinião. Sobre essa relação, depreende-se do texto da ABI que,

A) para a imprensa exercer seu papel social, ela deve transformar opinião em informação.

B) para a imprensa democratizar a opinião, ela deve selecionar a informação.

C) para o cidadão expressar sua opinião, ele deve democratizar a informação.

D) para a imprensa gerar informação, ela deve fundamentar-se em opinião.

E) para o cidadão formar sua opinião, ele deve ter acesso à informação.

(Unimontes – Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.

 

QUESTÃO 17

A incapacidade de ser verdadeiro

Carlos Drummond de Andrade

Paulo tinha fama de ser mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.

A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez, Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.

Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:

— Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.

O diagnóstico do médico a respeito do menino foi feito com base

A) nos poemas que ele escreveu e mostrou ao médico.

B) no fato de ele ficar no pátio nas horas de aula.

C) no possível relato que a mãe fez de suas fantasias.

D) nos castigos que a mãe aplicava nele por não estudar.

 

QUESTÃO 18

O médico afirmou que o menino era um “caso de poesia” por todos estes aspectos de seu comportamento, EXCETO

A) inventividade.

B) criatividade.

C) irresponsabilidade.

D) espiritualidade.

RESPOSTA QUESTÃO 1

Alternativa E

 

RESPOSTA QUESTÃO 2

Alternativa D

 

RESPOSTA QUESTÃO 3

Alternativa E

 

RESPOSTA QUESTÃO 4

Alternativa C

 

RESPOSTA QUESTÃO 5

Alternativa B

 

RESPOSTA QUESTÃO 6

Alternativa A

 

RESPOSTA QUESTÃO 7

Alternativa A

 

RESPOSTA QUESTÃO 8

Alternativa E

 

RESPOSTA QUESTÃO 9

Alternativa C

 

RESPOSTA QUESTÃO 10

Alternativa C

 

RESPOSTA QUESTÃO 11

Alternativa C

RESPOSTA QUESTÃO 12

Alternativa B

 

RESPOSTA QUESTÃO 13

Alternativa A

RESPOSTA QUESTÃO 14

Alternativa E

RESPOSTA QUESTÃO 15

Alternativa D

RESPOSTA QUESTÃO 16

Alternativa E

RESPOSTA QUESTÃO 17

Alternativa C

RESPOSTA QUESTÃO 18

Alternativa C

CURSO COMPLETO DE LÍNGUA PORTUGUESA